sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Intranet e a redundância das terminologias na TI


Vou deixar um pouco o desenvolvimento, a engenharia, a analise e as dicas para falar sobre algo que a algum tempo vem “confundindo” a cabeça de muita gente, inclusive a minha. E quando eu me refiro muita gente estou falando de todas as pessoas que de um jeito ou de outro tem a tecnologia como fiel companheira. 
Você alguma vez já se deparou com algum termo da TI sendo utilizado para mais de um significado? Provavelmente sim, caso contrário vou refrescar sua memória. 



Me explique o que é “portabilidade” ?

Para a informática portabilidade refere-se à característica das aplicações serem executáveis (ou facilmente recompiladas) em outras plataformas além daquela de origem, ou seja, tornar algo multiplataforma de acesso geral, como um tablet acessar um aplicativo que tem outro sistema operacional. Entendeu? Legal não é? Mas portabilidade também é um processo ou grupo de processos que permitem que um cliente de um prestador de serviço transite para outro prestador mantendo o mesmo número de telefone. E ai gostou? E se isso cai em uma prova de concurso público o que você faz ? A verdade é, se você estudou desenvolvimento de software, se é um desenvolvedor, analista ou da área você se fode e erra, se você for de outra área você provavelmente vai acertar pois sua ligação com uma empresa de telefonia é muito maior do que com um livro do Kent Beck por exemplo. 

Esse é um exemplo verdadeiro, minha namorada é da área jurídica (aliás ela é a melhor), foi criada com a tecnologia a sua volta e ela sabe que portabilidade é o caso do telefone pois já fez em seu celular logo, ela acertaria fácil essa questão, não posso dizer o mesmo sobre mim.


O problema disso é que o verdadeiro domínio sobre tudo que engloba a TI é genérico. Não se sabe dividir as coisas. Nesse caso é simples, a primeira portabilidade que eu expliquei é portabilidade na informática, e a segunda é portabilidade em telefomunicações.
Mas isso é perigoso pois para que aqueles que formulam as provas por exemplo não existe critério ou estudo aprofundado para se fazer uma questão, cabe a você entender sobre o assunto real abordado e se muito genérico pense no mais simples e prático(se existir).


E as intranets? Outro termo perigoso.
Quando lançaram o microondas por exemplo, muita gente ficou desnorteada. O troço mais parecia uma televisão, mas cozinhava como um forno…. e sem fogo!
Detalhe: ele serve não só para esquentar uma fatia de pizza que dormiu na geladeira, mas também para descongelar alimentos e até para preparar um almoço completo. Mas você conhece alguém que utilize todas estas funcionalidades?
Com as intranets vem acontecendo coisa parecida. Elas podem fazer um banquete, mas muita gente usa mesmo para “fazer pipoca”. Para piorar, o termo “intranet” pode significar várias coisas, aumentando a confusão…


Novas ideias, antigos ideais
Sempre que não temos referenciais claras para algo novo, a tendência é enquadrá–lo nos paradigmas pré–existentes. Embora seja algo natural, comprovado pela psicologia e pelos estudos de comportamento do consumidor, representa uma ameaça à evolução. Portanto, conhecer toda a potencialidade do que quer que seja amplia nossas chances de compreensão, de aceitação e de progresso. 
Vamos começar tentando responder uma pergunta que volta e meia me fazem: o que é uma intranet, afinal? Um portal corporativo?
Ao invés de ficar detalhando funcionalidades – uma enrolação completa… – , o melhor caminho me parece ser justamente o comparativo, buscando os tais referenciais que todos nós temos dentro da cabeça, formando os modelos mentais. Melhor seria olhar para os benefícios do que para as características.


Intranet é diferente de internet?
Se você conversar com um cara de infraestrutura de TI, ele certamente te dirá que intranet é… uma rede fechada de computadores. Coloque dois ou mais pcs interligados entre si, mesmo sem qualquer programa de compartilhamento, e está formada uma intranet – do ponto de vista restrito da área de redes.
Se você perguntar para um cara de desenvolvimento de sistemas, ele certamente te dirá que intranet é... atualmente um portal na internet com acesso fechado para a empresa.
Normalmente, baseadas em uma estrutura web, com um site centralizando tudo, as intranets são usadas de forma pontual, para apoiar um projeto específico (com começo, meio e fim) ou como mera porta de acesso a sistemas desenvolvidos também pontualmente. Há algo de errado nisso? Claro que não – para cada necessidade, uma solução…


Faca, o pão e o sangue
Não seria nada demais afirmar que uma intranet não é, ela pode ser… Complicado? Nem tanto. Pense numa faca. O que ela é? Se usada para passar manteiga no pão, posso afirmar que é um utensílio doméstico. Se utilizada para apunhalar alguém, torna–se uma arma mortal. Bem diferente, não?
Intranets são assim: não raro, refletem o perfil da empresa, são uma espécie de simulacro da estrutura e da cultura corporativa. Como “cada um é cada um”, cada intranet é uma intranet, não existem duas iguais e muito menos receita de bolo para o sucesso.
Assim, empresas muito “caretas” (ou seja, ainda muito presas ao modelo industrial, onde prevalece o controle, a hierarquia e a departamentalização) usam a intranet para… controlar! Ou para esquentar a pizza, como queiram.


Outras, mais arejadas, já começam a incluir produtos, serviços e a caminhar em direção a um maior empowerment dos funcionários/colaboradores. Existem até algumas empresas que conheço que criaram redes sociais da empresa e sim, isso é uma intranet.


“E os portais corporativos?”, você deve estar se perguntando. “São a mesma coisa”, eu respondo de pronto. Algumas empresas adotam outros nomes para não se tornar algo chato e afastar os colaboradores, o governo por exemplo pode chamar algo de intranet e acoplar todos seus sistemas nele pois quero ver um polícial deixar de registrar um boletim de ocorrência porque não gosta da intranet rsrs...
Portanto, pensar em intranets e portais nos levará sempre a pensar também em administração de empresas, endomarketing, processos, comunicação interna, cultura organizacional, gestão do conhecimento e afins. É neste contexto que ela ganha destaque e deixa de ser “mais um sisteminha”. Queremos ver até onde os microondas podem ir, muito embora seja ótimo poder esquentar a pizza e fazer pipoca rapidinho…


Abordei dois exemplos sobre a redundância dos nomes que engloba a TI, mas ainda existem milhões como proxy por exemplo que na verdade é uma definição dos intermediários entre um usuario e seu servidor e as pessoas associam como “um programa que abre sites bloqueados” não que o proxy não faça isso afinal, ele é um intermediário e se em um intermediário não existir bloqueio é lógico que vc irá “furar” a segurança... existe ainda mais e mais palavras como  framework, biblioteca, plugin, módulo, componente, orientação(aaaaa estou ficando loucoooo) Parei! :) ... o importante é você saber sobre o assunto a que se trata esse nome e ai sim entender o seu significado.



2 comentários:

  1. Nossa Paulo me deixou de queixo caido MUITO BOM o post e espero que os "bons" leiam

    ResponderExcluir
  2. conceitos espetaculares, linguagem clara e inteligente... vc É O CARA PV!

    ResponderExcluir